Impulso - parte 1
Começa mais um dia, com grande parte dele ocupado pela escola e deveres pessoais. Acordar pela manhã quando não se tem dormido à noite é o mais difícil, só perde para ir à escola e ser obrigado a conviver com pessoas desconhecidas e quase sempre tão mais ignorantes. O chuveiro jorrava água por entre meu corpo. O dia estava nublado e numa manhã de segunda não podia ocorrer coisa melhor. Faltava apenas meia hora restante para eu chegar a tempo na escola, então saí do banheiro e chequei o celular no qual não havia nenhuma notificação, o que era bom, menos pessoas para apontar meus defeitos. Meu moletom se mantia vivo e viril, meu uniforme se mantia ali ofuscado pelo preto que reluzia das outras roupas, os vesti.
Minha mãe se encontrava em seu quarto ouvindo a rádio católica na qual ela mandava dinheiro todo mês. O padre falava como se não fosse mortal, e seus fiéis o ouviam como se tivessem que levar a cruz que a Bíblia manda.
Eu era como um cowboy fora da lei, destemida e covarde. Peguei a primeira maçã que encontrei e segui, eram quatro ruas para a escola. As pessoas entravam de montes para se amontoavam no pátio a esperar o sinal tocar, o que não era muito bom, não restavam lugares para se sentar e esperar a boa vontade de um débil diretor em tocar o sinal.
Consegui por sorte um lugar em um banco, onde de fato não esperava alguém me dirigir a palavra, pois é bom manter distância das pessoas. Pessoas chegavam, aglomeravam, conversavam. Tirei um livro de Bukowisk da mochila, e pus-me a ler, ninguém conhecia aquele escritor e tão pouco sobre o que escrevia.
Vieram sons de um quartinho de funcionários que ficava perto da entrada, que muitos diziam que a noite era ponto de prostituição. Sons de tiros, sons que não me pareciam ao certo tiros. Todos se assustaram e subitamente se afastaram. O que fazer numa situação dessas? Atiradores que por algum motivo estavam trancados em um quarto com materiais de jardinagem? Onde se encontravam os diretores e professores em uma situação como esta?
As pessoas se olhavam com estranheza. Os barulhos persistiam, nos quais eram abafados e estranhos para serem reais. Alguns se aproximaram pois os barulhos persistiam sem lógica. O que fazeria um atirador com armas fazia em um quarto de jardinagem. Onde estavam os furos que fazem as munições e todo o estrago?
Me aproximei junto com a multidão, uma pessoa gritou alto "arrombem a porta", eu sabia fazer isso, olhei para os lados, sem pensar muitobem. Eu era a mais próxima da porta. Ergui minha perna e chutei, a porta desabou.
Ninguém acreditou muito bem no que viu, havia duas meninas aos beijos com outros dois meninos e um rádio ao lado produzindo os barulhos. O namorado de uma deles surgiu junto com o diretor. A confusão estava erguida, e a culpa era minha.
Foi então que me dei conta da burrada que havia feito. Afastei-me de lento até o meio da multidão e permaneci ali parada ouvindo os gritos do namorado de uma das meninas. O diretor o interrompeu e levou os quatro para diretoria. O sinal tocou e segui a multidão, conversavam entre si aquela multidão de alunos. Permaneci ainda perplexa ao pensar no que acabava de me meter. Iria levar uma surra daquelas prostitutas e com razão. Porque diabos eu me meti em arrombar a porta, deixassem se fuderem em paz.
-Ótimo! Reconhecida como a agora que atrapalhou uma fod*
Me sentei lentamente na carteira. Olhei para o lado e ele estava lá, put* que pariu esse menino. O seu cabelo loiro batia na cara de maneira que tirava meu sossego e perturbava meu sono, não se tem muito o que fazer nessas horas, apenas tirar o olhar e ficar lembrando de seus lindos olhos. Foi o que fiz por um tempo.
A porta da sala se abriu, as meninas nas quais estavam na cena anterior entraram. Eu iria apanhar feio na saída, já era um fato a medida que elas conversavam e olhavam para mim. Subi o campus do moletom e ignorei todo o resto, era a aula de Matemática e necessitava de toda a concentração possível.
Tocou a quinta e última aula. Exausta eu permanecia e andei até a saída, me lembrei de súbito do ocorrido e empalideci. Era tarde para voltar para escola e ligar para minha mãe. Comecei a andar rápido, olhei para trás, ninguém a me seguir. A rua estava fazia, nenhuma viatura ou ambulância, eu estava morta!
As casas estavam fechadas e com seus muros autos. Essa iria ser uma bela cena de espancamento. Vinheram da esquina a minha direita um grupo de minas, com maquiagens fortes, roupas curtas, linguajar grotesco e hostil, um verdadeiro show de horrores. Reconheci o rosto de duas, eram as mesmas do quartinho.
Me cercaram em círculo, com olhos esbugalhados de ódio me encaravam e sorriam como se eu não soubesse que era meu fim. No mesmo minuto um carro velho, barulhento com um velho dirigindo e cantando passou, era impossível de não achar a cena engraçada. Mas não quando sua pele está em jogo. Soquei as duas que estavam na minha frente. Caíram como duas jacas podres, e era isso o que eram.
Corri, corri como um demônio, segundo os cristãos, corre da cruz. Meus sapatos velhos e meus músculos soberbos não sabiam como processar muito a mensagem de "correr ou morrer ", mesmo assim correram juntos, estavam todas correndo atrás de mim e eu estava a alguns bons passos na frente.
Não se via ninguém ou nenhuma polícia quando se precisa. Era o meu fim, meu coração batia de medo e minhas pernas corriam como uma máquina. Avistei um carro dobrando a esquina, era a minha salvação. Elas não desistiam e corriam como garotas selvagens perseguindo o seu almoço.
Tentei correr mais depressa, me afastar ainda mais delas e consegui alcançar o carro. Não me importava naquele instante em quem estava dirigindo. O vidro estava aberto e o carro em movimento devagar, pulei pelo vidro da frente, no banco do passageiro. Não tive tempo para recuperar o fôlego, mas falei em alto e cansado som:
-Acelera, acelera, acelera!!!!
O motorista acelerou de súbito e rápido. Olhei para trás, nós nos afastavamos da confusão.
Em um minuto de silêncio, uma voz de homem perguntou:
-Quem são aquelas?
Minhas mãos gelaram de súbito. Fugi de uma confusão e acabará de me meter em outra. Permaneci imóvel e calada, sem reação nenhuma, sem coragem para olhar pro lado.
-Você fala?, pergunto a voz ao lado com uma risada sarcástica ao fim.
A voz me pareceu familiar. Mas era sedo para afirmar alguma coisa, conhecidências de aparência acontecem. Tomei coragem e olhei para o lado, minhas pálpebras e boca ressecaram de imediato. O cérebro não conseguiu processar a informação muito bem e el...
Ps: Postarei a continuação em breve
Hi! Em breve postarei a continuação
ResponderExcluirSe vocês gostarem eu peço que compartilhem o link com seus amigos para ter mais visualizações e para eu postar a segunda parte
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